Não tem nada a ver com injeção, mas com certeza é algo para dentro. Esta é a primeira das palavras do glossário básico para se entender natau, a cidade de futuro insosso e noioso. Pela Wikipédia (a coisa mais consultada depois da Bíblia e dos resumos de novela) ficamos sabendo que:
Introjeção designa em psicologia e, mais especificamente, na teoria psicanalítica o processo pelo qual a criança incorpora os valores dos pais e da sociedade, transformando-os em seus. Na teoria psicanalítica a introjeção desempenha um importante papel na formação do superego.
Em outras palavras, a introjeção não é apenas algo que entra, fica um tempinho e depois se manda. É uma coisa que pode entrar e nunca mais sair (como um vírus sem cura ou má-fama), mas que decididamente veio de fora.
Se você nasceu moreníssima e tem cabelos escuros, morra moreníssima. É melhor do que forçar as madeixas na chapinha e esticar sua capacidade de ser bionda às custas da Wella. Os resultados normalmente são inesperados e deixam as pessoas com cara de cópia de barbie feita em bonecas de pano ou palha. O mecanismo de introjeção é aquele negócio que torna uma mera aspirante a patricinha em forte candidata à homicida após duas ou três sessões de CSI em campus de Las Vegas ou Los Angeles. Também é fácil de ser identificado em boys que jurando questionável fidelidade à humanidade, após uma sessão-porrada tipo Rambo, saem por aí distribuindo socos e tiros a torto e a direito como se estivessem num Vietnã suado.
As vezes (por direito ou por defeito) a candidata a brinquedo estragado da Estrela pode se transformar num espécie de anteprojeto fusion de bionda com torrada, e o mini-Rambo pode facilmente se transformar numa espécie de Bambi alucinado.
Introjetar é botar dentro de você aquilo que não é seu e nem jamais será (exceto momentaneamente). É um artifício para construir uma imagem pessoal significativa a partir da qual surgirá a persona social.
Capisce?
Texto incrível, Eugênio!
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